Samuel Rosa lançou a terceira faixa de seu projeto audiovisual “Rosa Sessions”, desta vez ao lado da pernambucana Joyce Alane. A nova versão de Palma da Mão, uma das composições mais afetivas do álbum Rosa, chegou às plataformas digitais acompanhada de um clipe gravado no estúdio Sonastério, em Minas Gerais, e marca mais um capítulo do mergulho do artista em releituras sensíveis de sua estreia solo.
O projeto, que revisita as dez canções do álbum original, vem sendo apresentado ao público em etapas. A primeira faixa, Não Tenha Dó, trouxe a participação de Seu Jorge. Em seguida, Lua Cheia ganhou uma nova leitura ao lado de Duda Beat. Agora, com Palma da Mão, Samuel reúne delicadeza, talento e afeto em uma colaboração que dialoga com diferentes gerações da música brasileira.
O reencontro com uma história afetiva
Em seu álbum solo, Samuel trouxe canções atravessadas por experiências pessoais, e Palma da Mão talvez seja uma das mais íntimas. A música nasceu inspirada no início de seu relacionamento com a jornalista Laura Sarkovas, mãe de suas duas filhas. Na época, ela vivia em São Paulo, enquanto ele ainda estava em Belo Horizonte, conciliando a rotina familiar com viagens constantes de turnê.
Essa distância — geográfica e emocional — moldou o tom caloroso da composição. Um registro sincero do equilíbrio entre saudade, desejo e esperança. Revisitar essa canção em um momento de maturidade e convidar uma nova voz para reinterpretá-la deu ao projeto uma nova camada de significado.
A escolha por uma voz da nova geração
Joyce Alane, 23 anos, é um dos nomes mais promissores da cena musical pernambucana. Em 2024, foi indicada ao Latin Grammy na categoria Melhor Álbum de Raízes em Língua Portuguesa com Casa Coração, consolidando seu reconhecimento como compositora e intérprete.
A chegada dela ao universo de Rosa Sessions não foi aleatória. Samuel sempre teve interesse em acompanhar o que acontece fora de seu próprio território artístico. “Eu sempre tive interesse em saber o que estava acontecendo na música, tanto no aspecto geracional quanto no que surgia em outras cenas”, afirma o cantor. A conexão com a música pernambucana também é antiga: “Recife sempre teve uma importância enorme pra mim, desde Quinteto Violado e Alceu Valença até Chico Science e Mundo Livre. Agora me apresentaram Joyce Alane, uma menina talentosa e incrível.”
Ao participar da faixa, Joyce trouxe leveza e um timbre capaz de renovar a canção. Para Samuel, isso fez toda a diferença: “Queríamos alguém da novíssima cena e, claro, extremamente talentosa. A música ganhou muita vibração, delicadeza e sensibilidade com o timbre dela.”
A emoção da convidada
Joyce Alane também celebrou o encontro musical com entusiasmo. “É uma honra participar de um projeto tão bonito ao lado desse artista gigante que é o Samuel Rosa. Ainda tive o presente de cantar uma das músicas que mais gosto do álbum”, contou.
O cenário do estúdio Sonastério, em meio às montanhas de Minas Gerais, deixou a experiência ainda mais marcante. “O Sonastério é um lugar mágico, e dividir esse momento com Samuel foi incrível”, afirmou a artista.
O Sonastério como cenário e personagem
Localizado em Nova Lima, o estúdio Sonastério tornou-se um dos espaços mais reverenciados por artistas que buscam uma atmosfera inspiradora. Com vista privilegiada para as montanhas mineiras, o local combina arquitetura, natureza e tecnologia de ponta, criando uma experiência audiovisual imersiva.
O “Rosa Sessions” utiliza esse ambiente não apenas como pano de fundo, mas como parte essencial da estética das gravações. Cada música ganha um diálogo visual com a luz, o entorno e as texturas que ali convivem — um recurso que reforça a identidade poética do projeto.
Um projeto pensado para aproximar gerações
Ao longo de toda a carreira, Samuel Rosa manteve viva a prática de se conectar com artistas de diversas vertentes. De colaborações históricas com ícones da música brasileira à abertura para novos talentos, ele preservou a curiosidade e o espírito colaborativo. Essa postura se reflete diretamente no Rosa Sessions, que busca aproximar mundos e reforçar narrativas afetivas.
A presença de Seu Jorge, Duda Beat e agora Joyce Alane sinaliza um projeto plural. Cada convidado imprime uma nova emoção às faixas, sem abrir mão da assinatura melódica e poética de Samuel.
A trajetória até aqui e o que vem pela frente
Com três faixas já disponibilizadas nas plataformas digitais, o projeto segue avançando rumo ao lançamento completo. A cada nova parceria, Samuel reforça o caráter orgânico e colaborativo dessa fase solo — uma evolução natural para um artista que, por mais de três décadas, esteve à frente de uma das bandas mais influentes do país.
O lançamento do clipe de Palma da Mão no YouTube, com cenas que traduzem a delicadeza da gravação e a química entre Samuel e Joyce, reforça a força audiovisual do projeto. A canção, disponível em todas as plataformas digitais, ganha agora uma nova oportunidade de alcançar públicos de diferentes idades e regiões.
O poder das narrativas afetivas na música brasileira
A força de Palma da Mão está em sua simplicidade emocional. Ao narrar uma história de amor atravessada pela distância, Samuel traduz sentimentos universais. Joyce, com sua voz jovem, moderna e cheia de nuances, traz frescor ao que já era intimamente poético.
Juntas, essas camadas constroem uma releitura que respeita a composição original, mas amplia seus significados. De certa forma, o encontro entre os dois artistas simboliza o próprio movimento natural da música brasileira: tradição, renovação e afeto convivendo no mesmo gesto artístico.
Relevância cultural e impacto das parcerias
A presença de Joyce Alane, artista indicada ao Latin Grammy, fortalece a mensagem de abertura do projeto para novas linguagens. A conexão de Samuel com a cena pernambucana reforça um intercâmbio histórico que sempre rendeu frutos importantes para a música nacional.
Além disso, parcerias que atravessam gerações contribuem para diversificar o público, renovar repertórios e estimular colaborações que ultrapassam fronteiras musicais.
Um marco para o álbum Rosa
O álbum Rosa, lançado em 2023, marcou uma nova fase de Samuel após o encerramento das atividades do Skank. A proposta era mostrar um lado mais íntimo, autoral e experimental. Com o Rosa Sessions, essa obra ganha novos contornos, evidenciando sua profundidade afetiva e estética.
A versão de Palma da Mão reafirma essa intenção. Entre montanhas, vozes e memórias, Samuel e Joyce constroem um registro audiovisual que se soma à rica história musical de ambos.

