‘Débora Bloco’ transforma o centro do Rio em festa nostálgica com homenagem a ‘Vale Tudo’ e Odete Roitman

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Fãs do remake da clássica novela global celebram o fim da trama com fantasias inspiradas em personagens marcantes e clima de Carnaval fora de época

O mistério sobre quem matou Odete Roitman ainda paira sobre o remake de Vale Tudo, mas isso não impediu que a personagem de Débora Bloch se tornasse o centro de uma das festas mais animadas e inusitadas do ano. Neste sábado (11), o centro do Rio de Janeiro foi tomado pelo “Débora Bloco”, um carnaval fora de época que reuniu centenas de fãs da novela e da atriz na Avenida Chile, transformando o asfalto em um verdadeiro cenário de celebração e nostalgia.

O bloco, criado espontaneamente por admiradores nas redes sociais, foi inspirado na icônica vilã e nas tramas que movimentaram a novela, cuja nova versão conquistou o público com atuações marcantes e um olhar contemporâneo sobre os dilemas morais que atravessam gerações.

Foliões vestidos de personagens e cenas marcantes

Entre os foliões, não faltaram fantasias criativas e repletas de referências à novela. Personagens como Afonso Roitman (Humberto Carrão), Tia Celina (Malu Galli), Sardinha (Lucas Leto), Solange (Alice Wegmann) e Eugênio (Sérgio Mamberti) ganharam vida pelas ruas do centro, misturados a fãs que apostaram em recriar figurinos icônicos de diferentes fases da trama.

Alguns foliões, inclusive, fizeram questão de reproduzir cenas clássicas da história, como as discussões acaloradas entre Odete e Maria de Fátima, ou o emblemático bordão “Quem matou Odete Roitman?”. A mistura de humor, memória afetiva e irreverência transformou o evento em uma verdadeira celebração da cultura televisiva brasileira.

Bloco nascido nas redes

A ideia do “Débora Bloco” surgiu de forma despretensiosa em um grupo de fãs no X (antigo Twitter) e logo se espalhou por outras plataformas, como Instagram e TikTok. Em poucos dias, centenas de pessoas confirmaram presença, e o evento viralizou com vídeos e memes que celebravam a força da personagem interpretada por Débora Bloch.

“Queríamos encerrar a novela de um jeito alegre, celebrando a Débora, que está impecável como Odete, e todos os personagens que marcaram essa nova versão de Vale Tudo”, disse Marina Andrade, uma das organizadoras do bloco.

Homenagem à televisão brasileira

O desfile também foi uma homenagem à história da teledramaturgia brasileira. O remake de Vale Tudo — originalmente exibida em 1988 — reacendeu debates sobre ética, poder e corrupção, temas que continuam atuais. A nova versão, produzida pela TV Globo, manteve o tom crítico e a força das personagens femininas, especialmente Odete, que, mais uma vez, se tornou símbolo de uma geração.

Entre os participantes, o sentimento era de gratidão e carinho. “A novela fez parte da minha vida desde a infância, e ver essa releitura com novos rostos e novas leituras é emocionante”, contou o publicitário Lucas Menezes, vestido de Sardinha, o motorista mais querido da trama.

Carnaval fora de época e cultura pop

O evento, embora não oficial, contou com o apoio informal de artistas de rua e pequenos comerciantes da região. Barracas de bebidas, adereços e trilhas sonoras com temas de novelas embalaram o cortejo, que seguiu até o fim da tarde. O clima foi de descontração e homenagem à cultura pop nacional.

Para a atriz Débora Bloch, que ainda não se pronunciou publicamente sobre a homenagem, o gesto dos fãs demonstra o impacto da personagem na nova geração de telespectadores. Em entrevistas anteriores, Débora afirmou que interpretar Odete foi um dos maiores desafios de sua carreira, por se tratar de um ícone da televisão brasileira.

“Odete é uma personagem que fala sobre poder e moralidade. Ela é dura, mas também profundamente humana. Revisitar essa história hoje é revisitar o Brasil”, disse a atriz em uma recente coletiva de imprensa.

Memória e emoção nas ruas do Rio

À medida que o sol se punha, o “Débora Bloco” mostrou que a teledramaturgia ainda é capaz de mobilizar paixões e inspirar manifestações culturais genuínas. Com confete, purpurina e muito samba no pé, os foliões provaram que novela boa é aquela que atravessa gerações — e que Odete Roitman, mesmo morta (ou ainda misteriosamente viva, no caso do remake), segue sendo uma das figuras mais fascinantes da ficção brasileira.

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