Skank celebra 31 anos de ‘Calango’, álbum que revolucionou o pop brasileiro dos anos 1990

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Lançado em 1994, o disco levou o Skank ao topo das paradas e consolidou a mistura única de rock, reggae e ska que marcou uma geração Em 1994, o Brasil vivia um momento de efervescência musical e cultural. No rádio, nas fitas cassete e nos palcos, um som mineiro com sotaque pop e batidas de reggae começava a conquistar o país. Era o Skank, com o lançamento de “Calango”, álbum que completa 31 anos em 2025 e permanece como um dos marcos da música brasileira dos anos 1990. Formado por Samuel Rosa (voz e guitarra), Henrique Portugal (teclados), Lelo Zanetti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria), o grupo já havia mostrado talento com o disco de estreia, mas foi com Calango que o quarteto de Belo Horizonte explodiu nacionalmente. Misturando rock, ska, reggae e pop, o Skank criou uma sonoridade leve, urbana e ao mesmo tempo brasileira, que conquistou tanto o público quanto a crítica.

O som que definiu uma década

Com faixas icônicas como “Jackie Tequila”, “Esmola”, “Pacato Cidadão” e “Amolação”, Calango foi o álbum responsável por colocar o Skank no mapa do pop nacional. A mistura de ritmos tropicais com influências britânicas de bandas como The Police e Madness resultou em uma identidade sonora inédita no cenário musical brasileiro da época. O sucesso foi imediato: o disco vendeu mais de 1 milhão de cópias, rendeu disco de platina e fez o Skank se tornar uma das bandas mais tocadas nas rádios do país. As músicas, com letras que mesclavam crítica social, humor e poesia cotidiana, se tornaram trilha sonora de uma geração. “Calango” também marcou o início da parceria entre Samuel Rosa e Chico Amaral, responsável por algumas das composições mais lembradas da carreira do grupo. O trabalho consolidou o estilo inconfundível da banda — letras inteligentes embaladas por melodias dançantes.

O auge da cena alternativa

Nos anos 1990, o Brasil vivia um momento de renovação na música, e o Skank foi protagonista dessa virada. O álbum Calango abriu portas para o rock alternativo nacional, colocando o som mineiro em grandes palcos e festivais. A banda participou de eventos históricos como o Hollywood Rock de 1994, tocando no Estádio do Morumbi (São Paulo) e no Sambódromo (Rio de Janeiro), ao lado de nomes internacionais de peso. O show marcou a transição definitiva do grupo do circuito independente para o mainstream. Na época, o visual despretensioso e o carisma de Samuel Rosa ajudaram a consolidar o Skank como símbolo de uma juventude urbana, otimista e engajada — um reflexo de um país que começava a se abrir para novas linguagens culturais.

Legado e influência

Mais de três décadas depois, Calango continua sendo um ponto de referência para bandas e artistas brasileiros. O álbum não só ajudou a popularizar o ska e o reggae no pop nacional, como também inspirou uma geração de músicos que buscava unir qualidade musical e apelo popular. Faixas como Pacato Cidadão seguem atuais, com versos que refletem sobre cidadania e responsabilidade social. Já Jackie Tequila e Esmola permanecem entre as mais tocadas do repertório da banda, ganhando novas interpretações em shows e homenagens. Após uma trajetória de sucesso que inclui clássicos como O Samba Poconé (1996), Siderado (1998) e Cosmotron (2003), o Skank encerrou suas atividades em 2023, com uma turnê de despedida repleta de emoção. Mas o legado de Calango continua vivo, eternizado nas playlists e na memória afetiva de milhões de fãs.

Um calango que nunca para de dançar

O título do álbum, inspirado no lagarto típico do cerrado, simboliza a leveza e o movimento constante — características que definem bem a essência do Skank. Trinta e um anos depois, Calango segue dançando entre gerações, provando que boa música não envelhece.

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