Derramamento de óleo paralisa operações no Santos Dumont e deixa passageiros no Rio sem voar

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Pista interditada provoca cancelamentos e atrasos em voos da ponte aérea e em conexões nacionais

O aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, enfrentou uma manhã de caos nesta terça-feira (30) após o derramamento de óleo na pista principal. O problema, ocorrido na noite de segunda-feira (29), resultou no cancelamento de pelo menos 44 voos e na transferência de outras 10 operações para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).

A falha impactou diretamente a rotina dos passageiros que utilizam a ponte aérea Rio-São Paulo, uma das rotas mais movimentadas do país. As telas do terminal exibiam atrasos superiores a quatro horas, enquanto filas se formavam nos balcões de atendimento das companhias aéreas para remarcação de passagens e busca por informações.

Impacto nacional e ponte aérea prejudicada

Os reflexos ultrapassaram o Rio de Janeiro. O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, também registrou instabilidade nas operações em razão do grande fluxo da ponte aérea. Voos com destino a outros terminais, como Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre, também foram afetados.

Companhias aéreas precisaram remanejar aeronaves e tripulações para minimizar os prejuízos, mas passageiros relataram dificuldades em conseguir realocações em horários viáveis. “Cheguei às 7h da manhã para embarcar para São Paulo e só consegui um voo remarcado para o fim da tarde. É um transtorno enorme, ainda mais para quem viaja a trabalho”, contou o administrador Paulo Mendes, de 42 anos.

Situação da pista e operação emergencial

A administração do Santos Dumont informou que equipes de manutenção trabalharam durante toda a madrugada para limpar o óleo derramado, mas a pista só foi liberada parcialmente ao longo da manhã. A origem do problema não foi detalhada oficialmente, mas técnicos da concessionária e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) acompanham a apuração.

Em nota, a concessionária responsável pelo terminal destacou que a prioridade foi garantir a segurança das operações. “Assim que identificado o derramamento, a pista foi interditada e nossas equipes iniciaram imediatamente os trabalhos de contenção e limpeza”, afirmou a administração.

Passageiros enfrentam incertezas

No saguão, a situação era de impaciência. Muitos passageiros relatavam falta de informações claras sobre os procedimentos adotados. “Ninguém sabia dizer se iríamos voar hoje ou não. O atendimento demorou e só consegui resolver depois de horas de espera”, reclamou a advogada Renata Lopes, de 35 anos.

O Procon-RJ informou que está monitorando a situação e orienta os consumidores sobre seus direitos em casos de atrasos ou cancelamentos. Entre as obrigações das companhias aéreas estão fornecer alimentação, hospedagem quando necessário e alternativas de reacomodação sem custo adicional.

Expectativa de normalização

A previsão das autoridades aeroportuárias é de que o fluxo seja gradualmente normalizado até a noite desta terça-feira. No entanto, especialistas alertam que os reflexos podem se estender pelos próximos dias, em razão do efeito cascata causado pelos cancelamentos e atrasos.

“Uma interrupção desse porte não afeta apenas os passageiros daquele momento. Ela desorganiza escalas de tripulação, deslocamento de aeronaves e conexões em todo o sistema aéreo”, explicou o consultor em aviação Marcelo Bittencourt.

Enquanto o tráfego não é totalmente restabelecido, a recomendação para os passageiros é acompanhar em tempo real os canais oficiais das companhias aéreas antes de se deslocar ao aeroporto.

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