A obra acompanha um grupo de atores de diversas idades — de 8 a 64 anos — que, em meio a rotinas de desafios e frustrações, recebe um convite misterioso para participar de um curta-metragem totalmente remoto. Sob a direção discreta de Celina, cada um deles é instigado a se reconectar com sua paixão pela atuação, mergulhando em jornadas pessoais de autodescoberta. Distantes geograficamente, mas unidos pela arte, descobrem que a verdadeira conexão não se dá pela internet, e sim por uma ligação emocional profunda, criada pela vulnerabilidade diante da câmera.
É nesse contexto que Rafa, a personagem de Carolina, ganha força e significado. Rafa é uma jovem mulher no espectro autista, cuja vivência vai muito além de qualquer rótulo. Introspectiva e, ao mesmo tempo, de fala eloquente, ela transforma o cotidiano em poesia, enxergando o mundo por ângulos que poucos percebem. Cada gesto, cada detalhe, cada pausa é carregado de sentidos.
Carolina mergulha na personagem de forma sensorial e detalhista, incorporando as nuances de alguém que não se encaixa em padrões sociais — e é justamente aí que está sua beleza. Rafa não teme sua intensidade, reconhecendo-a não como defeito, mas como essência. Essa chama, traduzida pela atriz, revela-se como potência criativa: fragilidade que se converte em força.
Para Rafa, a câmera não é uma barreira, mas um espelho da alma. É através da atuação que consegue dar nome ao que muitos sentem, mas não conseguem expressar. Carolina, por sua vez, transforma os desafios do TEA em singularidade e autenticidade, revelando uma interpretação que emociona pela verdade simples e profunda que transmite.
Conectados, com estreia marcada para 26 de outubro no YouTube, reúne histórias, olhares e intensidades que se cruzam invisivelmente, mas que ressoam no íntimo de quem assiste. E em meio a tantas vozes, a Rafa de Carolina Miranda se destaca como aquela que traduz o invisível em palavras e lembra que a intensidade é vida em estado bruto.